Condenado por atropelar e matar jovem durante protestos em 2013 tem liberdade condicional negada após 12 anos na prisão
06/11/2025
(Foto: Reprodução) Indisciplina mantém preso homem que atropelou e matou estudante em Ribeirão Preto
Depois de mais de 12 anos preso por causar a morte do estudante Marcos Delefrate, atropelado durante protestos em Ribeirão Preto (SP), Aleksandro Ichisato de Azevedo ingressou sem sucesso na Justiça com pedidos de liberdade condicional.
A defesa alegou que em agosto deste ano o empresário, condenado a 18 anos e oito meses de prisão em regime fechado, já cumpriu mais de dois terços da pena e não tem faltas graves nos últimos 12 meses e que, por isso, já tem direito ao benefício.
A Justiça, no entanto, não atendeu à solicitação, apontando mau comportamento de Ichisato na prisão, com um histórico marcado por casos de desobediência. No fim de outubro, a decisão foi mantida pela 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), mesmo após um recurso.
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"Possui considerável pena por cumprir, com vencimento para 29/10/2031, e justamente porque cometeu duas faltas disciplinares, graves, de desobediência, nos dias 07 de abril de 2022 (...) e em 13 de setembro de 2022 (...) é que se conclui que não preencheu o requisito elencado", disse a Procuradoria de Justiça, em parecer que reforçou a decisão do órgão colegiado do TJ.
Atualmente, Ichisato cumpre pena na Penitenciária de Tupi Paulista (SP), um dos oito presídios por que ele já passou em 12 anos. A defesa dele ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Procurado pela EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado do empresário não se posicionou nesta quinta-feira (6).
Alexsandro Ichisato de Azevedo, condenado por atropelar e matar o estudante Marcos Delefrate durante protesto em junho de 2013 em Ribeirão Preto
Reprodução / EPTV
O atropelamento e a condenação
O atropelamento ocorreu no final do protesto de 20 de junho de 2013, quando uma onda de manifestações ocorreu em todo o país com pedidos de mudanças políticas e econômicas.
Ichisato e a ex-namorada deixavam um supermercado em um carro SUV, quando se depararam com os manifestantes no cruzamento das avenidas Professor João Fiúsa e Adolfo Bianco Molina, na zona sul de Ribeirão Preto.
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O grupo pedia que o empresário recuasse, mas, depois de uma discussão, ele acelerou e avançou com o automóvel, atingindo Delefrate e outras 12 pessoas. O atropelamento foi gravado por manifestantes. Marcos Delefrate morreu no local e ao menos mais quatro pessoas ficaram feridas.
Ichisato fugiu sem prestar socorro às vítimas, mas foi preso em 18 de julho de 2013, em uma clínica para dependentes químicos em Bragança Paulista (SP).
Em 2020, ele foi condenado pelo Tribunal do Júri a 64 anos de prisão por homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio. Em 2021, a pena foi reduzida para 18 anos e oito meses.
O estudante Marcos Delefrate, morto durante protesto em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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